"Diga-me como me medes e eu te direi como me comportarei"
- Gil Garcia
- 26 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
Essa frase do autor Eliyahu Goldratt, considerado um ícone no universo da gestão, descreve como muitas pessoas atuam dentro das empresas.

Em seu livro "A Meta", Goldratt traz excelentes ponderações sobre os indicadores de desempenho (KPI). Anos atrás quando eu li esse livro, eu atuava como engenheiro industrial numa multinacional do ramo de eletrônicos, e inicialmente associava esses conceitos estritamente às linhas de produção fabril, mas com o tempo e ampliando minhas experiências, notei que tais conceitos se aplicam as mais diferentes gestões em todo tipo de segmento.
A essência dos KPIs vai além de uma mera medição de resultados; eles encapsulam os objetivos, valores e aspirações de uma empresa. Ao alinhar os KPIs com a missão e visão da organização, os líderes asseguram que cada colaborador esteja em sintonia com a jornada coletiva rumo ao sucesso.
Porém, como em toda jornada, há desafios a serem superados. A tentação de focar exclusivamente nos KPIs pode levar a comportamentos adversos e, por vezes, prejudiciais.
Não raro vemos funcionários e departamentos empenhados em alcançar metas individuais, sem considerar objetivos coletivos mais amplos da empresa.
Em busca de cumprir metas de um indicador quantitativo, aspectos qualitativos podem ser penalizados, gerando questionamentos sobre a real valia dessas conquistas pontuais para os objetivos organizacionais.
Imagine um departamento cuja meta seja atender um úmero específico de clientes por mês. Para os colaboradores dessa área, o foco principal poder ser alcançar essa meta quantitativa, deixando de lado aspectos essenciais como qualidade, conteúdo e fidelização do cliente. Embora a meta de atendimento seja alcançada, resta a incerteza quanto ao cumprimento das metas de longo prazo da empresa relacionadas à retenção e satisfação do cliente.
O alinhamento entre os indicadores é fundamental para que convirjam com os valores da empresa.
Por isso, a análise cuidadosa dos KPIs é imprescindível. É preciso antever possíveis consequências indesejadas e, sempre que possível, testar esses indicadores com grupos piloto, a fim de mitigar riscos e garantir que todos os esforços estejam alinhados com os princípios e valores da empresa.
Em última análise, os KPIs não são apenas métricas de desempenho; são narrativas que contam a história do progresso organizacional. E como em qualquer boa história, a escolha das palavras e a maneira como são contadas fazem toda a diferença. Afinal, como Goldratt nos lembra, são os indicadores que influenciam nossos comportamentos e definem nosso destino empresarial.
Na sua empresa os indicadores colaboram para o objetivo comum entre as áreas?
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